UM TOQUE NA ESTRELA
Quem não conhece a vocação dos franceses para o questionamento!?Aliás um exercício louvável, bem melhor do que a aceitação de tudo, como fazemos aqui no Brasi.l A aceitação pode ser boa quando bem compreendida , mas pode ser reflexo de passividade quando a fazemos por ignorância,
desinformação, falta de preparo.
Um toque na estrela , da
maravilhosa BENOÎTE GROULT, octagenária, nos dá uma ideia da sensibilidade de um ser humano ao envelhecer e ver suas potencialidades irem se apagando, anunciando um fim, exigindo um necessário desligamento, das ferrenhas lutas que até então praticara e que não deixaram de valorizar a vida enquanto ação, enquanto vida, enquanto presença neste lado da terra.Neste deserto está a força plácida de uma mulher que viveu seus sonhos!
O AMOR vivenciado com coragem, com aceitação através da distância imposta pela vida num texto brilhante, cheio de surpresa.... Nada advinhável.Nada desconsiderado no plano das emoções e sentimentos, nada previsível no seu texto. È preciso atravessá-los com as suas emoções , dúvidas, consternações pelos fatos, para se chegar ao sentimento escondido, mas nem tanto, atrás do texto.....os dois se corresponderam apaixonadamente durante algum tempo mas a vida se encarregou de os devolver à propria trajetória. O destino zomba da moralidade....
Moravam em terras diferentes,e depois desse encontro..., não sabiam que um grande amor
acontece somente uma vez na vida de duas pessoas. E que a desistência de sua relação em prol de verdades atribuidas pelas regras morais poderiam condená-los a nunca mais poder viver essa relação com tempo, paz e prazer , como podemos viver nos casamentos bem sucedidos
.. as perguntas que não teriam resposta: e se voce desse uma chance ao azar? e se escolhesse não escolher ? e se o acaso decidisse sobre o pai dessa criança que iria ter?haveria algo mais redentor do que uma nova vida, permeando as dores das mortes, da ausência, de um vir a ser?
Hah! o espelho das aparências; e cada vez mais ia se despojando desse poderoso senhor,patrão de seus desejos incógnitos prometendo sempre um tempo melhor desde que se mantivesse subjudado a eles.
desinformação, falta de preparo.Um toque na estrela , da
maravilhosa BENOÎTE GROULT, octagenária, nos dá uma ideia da sensibilidade de um ser humano ao envelhecer e ver suas potencialidades irem se apagando, anunciando um fim, exigindo um necessário desligamento, das ferrenhas lutas que até então praticara e que não deixaram de valorizar a vida enquanto ação, enquanto vida, enquanto presença neste lado da terra.Neste deserto está a força plácida de uma mulher que viveu seus sonhos!O AMOR vivenciado com coragem, com aceitação através da distância imposta pela vida num texto brilhante, cheio de surpresa.... Nada advinhável.Nada desconsiderado no plano das emoções e sentimentos, nada previsível no seu texto. È preciso atravessá-los com as suas emoções , dúvidas, consternações pelos fatos, para se chegar ao sentimento escondido, mas nem tanto, atrás do texto.....os dois se corresponderam apaixonadamente durante algum tempo mas a vida se encarregou de os devolver à propria trajetória. O destino zomba da moralidade....
Moravam em terras diferentes,e depois desse encontro..., não sabiam que um grande amor
acontece somente uma vez na vida de duas pessoas. E que a desistência de sua relação em prol de verdades atribuidas pelas regras morais poderiam condená-los a nunca mais poder viver essa relação com tempo, paz e prazer , como podemos viver nos casamentos bem sucedidos
.. as perguntas que não teriam resposta: e se voce desse uma chance ao azar? e se escolhesse não escolher ? e se o acaso decidisse sobre o pai dessa criança que iria ter?haveria algo mais redentor do que uma nova vida, permeando as dores das mortes, da ausência, de um vir a ser?
Hah! o espelho das aparências; e cada vez mais ia se despojando desse poderoso senhor,patrão de seus desejos incógnitos prometendo sempre um tempo melhor desde que se mantivesse subjudado a eles.
Dizem que a imortalidade cria invejosos. Como estão enganados! é na esperança de esquecer que , sejamos lúcidos, se intervem para desarranjar os planos.
A velhice muda tudo. Nós que pensávamos ser eternos.... Qual! entendíamos que a vida seria perfeita se tudo fizéssemos da melhor maneira, dentro de padrões eleitos que nos consagrariam e como pessoas a serem homenageadas...eternizadas, respeitadas, se teria garantia de que eram protegidos, pois velhos e ilustres...haveria quem cuidadesse deles.... mas qual! novamente,mas qual! Tudo é negócio.
E o esforço do jovem para tentar ser , chegar a ser, obter os valores e a identidade necessárias a quem começa a vida...O mérito não está em ser jovem,quando se é jovem.Mas o esforço que se faz para continuar jovem quando não se o é mais!!
A mulher mais velha vai se tornando transparente,esbarra-se nela sem a ver na calçada acinzentada e molhada de uma tarde após a chuva, com seus brilhos fatais , vermelhos e lúcidos como os lábios antigos que ela já exibiu. Começa-se a limpar a casa, a dar destino ás coisas sem nosense que fomos acumulando na busca do prazer da vida. Agora tudo é impecilho, trabalho, e meu corpo já fica cansado, coisas que perdem o valor no tempo...amores, bilhetinhos, colares, anéis, lá se vão e os dedos ficam amarrotados, amarrados com lencinhos para lembranças que permitem o não esquecimento de tarefas árduas.
Eu que amo o imprevisto, a canção mais ardente , o vento que chega na madrugada...eu que penso na Moira, na sua cota de destino. A fatalidade , diria Benoulte, que ama o imprevisto e as fendas da existência por onde se infiltram os milagres.
A idade é um segredo bem guardado, falar da velhice é como falar de inverno quando estamos vestidos para o verão.....a velhice uma doença em si mesma...Lutamos para não contraí-la entretanto.
A gente vai seguindo, e passando pelas dificuldades de estabilizar os nossos amores e desejos pela vida afora, mas percebemos, de repente, que a velhice não está ali de vez em quando pousada na gente. Não ela veio e se instalou, e trouxe consigo um amaranhado de coisas , ossos doentes, pés inchados, olhos com olheiras, sorrizos que pretendem ter o visgo da atração fatal, e morrem nos lábios arrocheados e não mais vermelho, carmesin.
Poderíamos perguntar porquê e como, o respeito pelos mais velhos, pelo conhecimento, pela reverência,se dissipa na cultura dessa moçada moderna...E o que restará quando todos esses velhos, que hoje tem 70 anos chegarem `a faixa dos 120?? Cada um começa se desmanchar por uma parte concreta do corpo. Benoîte lembra que suas estruturas foram as primeiras, como se fosse possivel lubrificar as juntas e elas estariam leves novamente, outros é a visão, ou a dor nos joelhos para subirem escadas, antigas bem desenhadas e de madeira em geral.
Muda-se a roupa o tamanho do sapato, os saltos 10, vermelhos ou pretos de verniz, saem da coleção....descem, escorregam são de solados de borracha, silenciosos, pois que não se pode ouvir o passo do velho, o escorregador, a manquidão... mas tudo se faz para não se ver ou fingir que a vida será tão boa agora como antes... o sexxxxxxxo,o amor, a paquera...sei lá. Enfim!
Mas Benoîte , se rebola na linguagem de quem busca um valor que não se sabe mais se ainda se tem.
ver novo texto no blog.

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